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quarta-feira, setembro 22, 2010

Religiões e Espiritualidade Monoteísmo, Politeísmo e Panteísmo na Umbanda


Religiões e Espiritualidade Monoteísmo, Politeísmo e Panteísmo na Umbanda

A Umbanda é uma religião brasileira, cujas raízes históricas antecedem ao
marco do mito fundador construído em torno de Zélio Fernandino de Morais. De
fato, houve um período de transição no qual começaram a surgir elementos
típicos da Umbanda nos cultos originais de ascendência africana, ameríndia e
européia. As manifestações de espíritos ancestrais por meio da mediunidade
de incorporação marcou a passagem dos cultos de nação para aquilo que viria
a se compor como o movimento umbandista. Com o surgimento de espíritos de
caboclos, pretos-velhos, exus e outros, modificaram-se os valores originais
daquelas culturas ao mesmo tempo que se aproximaram as tradições por meio do
sincretismo. O resultado foi a constituição de um sistema de crenças
brasileiro de caráter peculiar, tanto em termos de práticas litúrgicas como
da metafísica ou cosmologia. Uma das singularidades da Umbanda se encontra
na forma de enxergar as hierarquias divinas.

De modo geral, há duas formas de espiritualidade: a teista e a não-teista.
Embora alguns advoguem o respeito às diferenças alegando que "todas
religiões são boas porque acreditam no mesmo Deus", a verdade é que existem
grupos não-teistas como os budistas(portanto, sem um deus) e grupos que são
essencialmente politeistas ou panteistas e que merecem o mesmo respeito que
as religiões de origem abrâmica. Além disso, existem escolas ou seitas
dentro das grandes religiões que adotam posturas diferentes no que diz
respeito às divindades.

Com o risco de pecar por excesso de generalização, podemos dizer que do
cristianismo recebemos uma herança eminentemente monoteísta, dos africanos
somos tributários de um caráter politeista e dos indígenas adquirimos uma
visão da natureza que pode ser associada a um panteismo.

O monoteismo significa a crença em um único Deus, de caráter supremo e
onisciente. Das religiões abrâmicas encontramos no islamismo o melhor
exemplo de monoteismo, já que não há adoração a ninguém mais a não ser para
Allah. O cristianismo parte já de uma visão plural da divindade, no sentido
de que temos o Deus-Filho e o Espírito Santo ao lado de Deus-Pai,
constituindo o mistério da Santíssima Trindade. Particularmente, o
catolicismo apóstólico romano atribui a espíritos humanos desencarnados uma
posição especial com poderes espirituais específicos e uma adoração na forma
da plêiade de santos tão próximos das culturas populares. Tais práticas
foram descartadas pelas igrejas protestantes.

Os cultos de nação africanos, sejam de origem iorubá quanto banta, expressam
um conjunto de deuses criadores e sustentadores da natureza que são
denominados Orixás, Voduns ou Inquices, de acordo com a tradição. Alguns
entendem que tais cultos sejam verdadeiramente politeistas, enquanto muitos
adeptos das religiões africanas afirmam serem monoteistas pelo fato de
existir um deus supremo ou melhor dizendo, um deus criador, chamado
Olodumare, Olorun ou Zamby Apongy. Todavia, a categoria que melhor expressa
a prática dos cultos africanos é a de religiões "henoteistas". Nesse grupo
estão as religiões que admitem a existência de várias divindades mas que
adotam uma única como objeto de devoção. Essa era justamente a forma como se
reverenciava os Orixas nas cidades-estados africanas. Como exemplo, citamos
o culto a Xangô em Oyó, o culto a Oxossi em Ketu ou o culto a Yemanjá em
Abeokutá.

Dentre as várias teogonias e cosmogonias das nações indígenas brasileiras,
tanto do Tronco Tupy quanto do Macro-Jê, veremos muitas maneiras de contato
com o Sagrado e chama a atenção a presença dos encantados que revela uma
tendência panteista na assimilação dos seres naturais, humanos ou animais,
pelo universo do Sagrado.

No surgimento da Umbanda encontramos a fusão harmônica dessas múltiplas
perspectivas. O aparecimento de entidades espirituais como mediadoras desse
encontro de culturas foi instrumental no processo do sincretismo e favoreceu
uma transição no tempo e no espaços para as várias formas de acepção da
divinidade. Embora como resultante constatemos que a Umbanda reconhece o
Sagrado desde sua origem imanifesta até sua concretização mais palpável na
natureza e ainda desvele o caráter sagrado do próprio ser humano, fomos por
esse motivo mesmo vítimas de preconceito e segregação. O etnocentrismo
próprio das culturas dominantes impôs sobre todas as culturas que não eram
monoteistas os rótulos de "religiões primitivas" e de "culturas atrasadas".

Atualmente vemos novamente a Umbanda reavivando as discussões acerca do
Sagrado e uma importante síntese foi proposta por F. Rivas Neto, fundador da
FTU - Faculdade de Teologia Umbandista, com o título de "A Vertente Una do
Sagrado".

De acordo com o ilustre sacerdote umbandista, existiria uma estrutura básica
para a teogonia da maioria das religiões que demonstram uma funcionalidade
como abaixo descrita:

1. Divindade Suprema ou Realidade Última.

2. Potestades Divinas (inclui os Orixás, os Arcanjos e demais seres
primordiais).

3. Ancestrais Ilustres (seres humanos divinizados).

4. Humanidade.

5. Natureza

Fonte:
Por Prof. Roger Taussig Soares da FTU - Faculdade de Teologia Umbandista
http://blog.ftu.edu.br/

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Reflexão

Estou aprendendo que a maioria das pessoas não gostam de ver um sorriso nos lábios do próximo.Não suportam saber que outros são felizes... E eles não! (Mary Cely)