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quarta-feira, abril 18, 2012

Momento Espírita: Amor em família



Ele nasceu no ano de 1961, durante o governo de Mao Tsé Tung. Sexto filho de um total de sete.

A hora das refeições era sempre triste, conta ele. Porque sua mãe, muitas vezes, não tinha o que cozinhar.

Inhame seco era a base da alimentação pela maior parte do ano.

Ocasionalmente, havia pão de milho e farinha, artigos especiais e, por isso, guardados para oferecer a visitas importantes.

À hora das refeições, as sete crianças ficavam esperando que o pai começasse a comer.

Comiam inhames secos, cozidos na água ou no vapor, dia após dia, mês após mês, ano após ano.

Depois da primeira mordida do pai é que eles se serviam. Os pais comiam bem devagar, para que sobrasse mais comida para os filhos.

A mãe dizia aos filhos que deixassem a melhor porção para o pai, pois era ele quem garantia o sustento.

Mas o pai sempre arranjava desculpas e pedia que deixassem a melhor porção para a mãe.

Não fosse ela, enfatizava, nada teriam para comer senão “vento noroeste”.

Raramente comiam carne. Uma vez por mês, após enfrentar longas filas, podiam comprar um pedaço de porco gordo.

E Li Cunxin narra, em suas memórias, que numa tarde, sua mãe o mandou comprar carne no açougue da comuna onde moravam.

As filas eram enormes. Três filas. Ele esperou mais de uma hora e finalmente conseguiu comprar um pedaço pequeno de carne gorda de porco.

Saiu a correr e a saltar de felicidade por sua conquista.

Sua mãe cortou a carne em pedaços pequenos, igualmente feliz pela gordura que iria durar, com certeza, um bom tempo.

Naquela noite, quando foi servida a carne com acelga, todos podiam ver o óleo precioso flutuando no molho.

Um dos meninos encontrou um pedaço de carne de porco em sua porção.

Sem pestanejar, colocou no prato do pai. Este repassou imediatamente a carne para o prato da mãe.

Ela devolveu, dizendo:

Não seja tolo! Fiz a comida especialmente para você. Você precisa ficar forte para trabalhar!

Próximo ao pai, estava o filho mais novo. O pai olhou para ele, chamou-o pelo nome e disse:

Deixe-me ver os seus dentes.

Antes que alguém pudesse dizer alguma coisa, ele colocou o pedaço de carne de porco na boca do filho.

O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pelo longo suspiro da mãe.

Sempre era assim. Um raro pedacinho de carne em uma tigela de vegetais era passado de um para outro.

Os olhos famintos pediam mais. Mas nunca falavam. Todos sabiam que era difícil conseguir comida.

Não havia mais, simplesmente. E os pais não sabiam de onde viria a próxima refeição.

Assim era a vida naquela família, onde o pai trabalhava da madrugada ao entardecer, por miserável pagamento mensal.

Onde a mãe lavava, limpava, cozinhava, costurava e ainda ia trabalhar no campo, para conseguir um pouco mais de recursos.

***

Cuidado uns com os outros – é isso que o fato narrado nos ensina.

Será que em nosso lar estamos passando esses valores para nossos filhos: de se preocuparem com o irmão, conosco, seus pais?

Lendo a história da miséria vivida por Li Cunxin, podemos pensar que jamais seremos tão pobres, a ponto de disputar o alimento.

Não importa. O importante a ressaltar é que cultivemos o amor.

Esse amor que se demonstra em pequenos gestos, em preciosas doações.

Pode ser ofertar uma flor, um doce, um mimo. Pode, com doçura se resumir em fitar nos olhos o outro e perguntar:

Você está muito cansado? Como foi o seu dia? Que posso fazer para você se sentir melhor?

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 1 do livro Adeus, China
– o último bailarino de Mao, de Li Cunxin, ed. Fundamento.
Em 02.06.2008

Momento Espirita


Foi num dia desses. Eram dois irmãos vindos da favela. Um deles deveria ter cinco anos e o outro dez. Pés descalços, braços nus. Batiam de porta em porta, pedindo comida. Estavam famintos.

Mas as portas não se abriam. A indiferença lhes atirava ao rosto expressões rudes, em que palavras como moleque, trabalho e filhos de ninguém se misturavam.

Finalmente, em uma casa singela, uma senhora atenta lhes disse: Vou ver se tenho alguma coisa para lhes dar. Coitadinhos. E voltou com uma caixinha de leite. Que alegria!

Os garotos se sentaram na calçada. O menor disse para o irmão: "Você é mais velho, tome primeiro..." Estendeu a caixa e ficou olhando-o, com a boca semiaberta, mexendo a ponta da língua, parecendo sentir o gosto do líquido entre seus dentes brancos.

O menino de dez anos levou a caixa à boca, no gesto de beber. Mas, apertou fortemente os lábios para que nenhuma gota do leite penetrasse. Depois, devolveu a caixinha ao irmãozinho: "Agora é a sua vez. Só um pouco", recomendou.

O pequeno deu um grande gole e exclamou: "Como está gostoso!"

"Agora eu", disse o mais velho. Tornou a levar a caixinha, já meio vazia, à boca e repetiu o gesto de beber, sem beber nada.

"Agora você". "Agora eu". "Agora você".

Depois de quatro ou cinco goles, talvez seis, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, esgotou o leite todo. Sozinho.

Foi nesse momento que o extraordinário aconteceu. O menino maior começou a cantar e a jogar futebol com a caixinha. Estava radiante, todo felicidade. De estômago vazio. De coração transbordando de alegria.

Pulava com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas grandiosas sem dar importância.

Observando aqueles dois irmãos e o "Agora você, Agora eu", nossos olhos se encheram de lágrimas. Que lição de felicidade! Que demonstração de altruísmo! O maior, em verdade, demonstrou, pelo seu gesto, que é sempre mais feliz aquele que dá do que aquele que recebe.

Este é o segredo do amor. Sacrificar-se a criatura com tal naturalidade, de forma tão discreta, que o amado nem possa agradecer pelo que está recebendo.

Enquanto os dois irmãos desciam a rua, cantarolando, abraçados, em nossa mente vários ensinos de Jesus foram sendo recordados. Fazer ao outro o que gostaria que lhe fosse feito. O óbolo da viúva.

Amai-vos uns aos outros...

* * *

Coloca, nas janelas da tua alma, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura para que alcances a felicidade.

Amando, ampliarás o círculo dos teus afetos e serás, para os teus amigos, uma bênção.

Faze o bem, sempre que possas. E, se a ocasião não aparecer, cria a oportunidade de servir. Deste modo, a felicidade estará esperando por ti.

Redação do Momento Espírita,

Reflexão

Estou aprendendo que a maioria das pessoas não gostam de ver um sorriso nos lábios do próximo.Não suportam saber que outros são felizes... E eles não! (Mary Cely)