Herbário Póetico

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domingo, novembro 21, 2010

Amora: Amiga do Coração


amoratopoA amora evita males ao órgão, afasta infecções e previne o envelhecimento precoce. Alimento roxo é sinal de longevidade. A amora – assim como ameixa, uva, açaí e jabuticaba, entre outras frutinhas agradáveis ao paladar – vem lotada de pigmentos arroxeados conhecidos como antocianinas. Além de conferir cor escura à casca, essas substâncias também aparecem em peso na polpa dos alimentos e são capazes de livrar as células do corpo das mais variadas encrencas. “Estão entre os antioxidantes mais poderosos da natureza”, comenta a nutricionista Suzy Naomi Yamaguchi, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
“Eles são aliados no combate aos radicais livres, o que protege a pele contra o envelhecimento precoce e ajuda a evitar doenças degenerativas, como o câncer”, afirma. Para se ter ideia, no ano passado, cientistas da Ohio State Comprehensive Cancer Center, nos Estados Unidos, notaram, por meio de testes em ratos, que as antocianinas inibem o crescimento de células tumorais.
Enquanto os estudos ainda avançam, certo é que não dá para ignorar outro valente antioxidante, a vitamina C, presente em boas quantidades nessa fruta originária da Ásia. O nutriente é capaz de proteger elementos indispensáveis para o corpo, como proteínas, gorduras, carboidratos e ácidos nucleicos (RNA e DNA), de danos provocados pelos temidos radicais livres.

Coração aliviado


As antocianinas também fazem sua parte contra a oxidação do LDL, molécula que transporta colesterol para todos os órgãos. Com isso, evitam formação de placas nos vasos sanguíneos, quadro que pode desencadear derrame e enfarte.
Além disso, a amora vem carregada de um sal mineral importante para o coração: o potássio. “O nutriente facilita a dilatação dos vasos e, com isso, ajuda a controlar a pressão”, garante Suzy Yamaguchi. De lambuja, pode reduzir os efeitos negativos do sal, como a hipertensão, porque induz a eliminação do sódio pelos rins.
Para completar, o sistema cardiovascular se beneficia da pectina, outra maravilha da amora e de outros frutos roxos. “É uma fibra solúvel que pode reduzir os níveis de colesterol no sangue”, aponta a consultora nutricional Vivian Bausas, da Nutri Empresa Saudável, de São Paulo. Segundo a especialista, a amora preta é a espécie que mais carrega esse tipo de fibra.
A amora é cheia de potássio, mineral importante para a saúde do coração

Cinturinha fina


A combinação de antocianinas e pectina também garante o corpo esbelto. Isso porque as substâncias são ótimas para regular o funcionamento das células “engordativas” e controlar o excesso de peso. Outro ponto a favor da turma arroxeada: ao contribuir para que as células fiquem em equilíbrio no corpo, é possível aumentar a resistência à insulina, mal que deflagra a diabete tipo 2. “Sem contar que a amora é magrinha por natureza: são apenas 43 calorias para cada 100 gramas do alimento”, alerta a nutricionista do Hospital Sírio-Libanês.

Livre de infecções


amora10Prevenção de infecções, especialmente no trato urinário, é mais uma vantagem da santa amora. Além da ação diurética (isto é, diminui a retenção de líquidos no corpo), estudos científicos têm comprovado que o suco da fruta é eficaz na destruição de bactérias como a E. coli, responsável por uma vasta lista de infecções no organismo humano. Tem mais: a amora já mostra seus poderes contra o vírus do herpes tipo 2 (HSV-2, ou herpes simples), responsável por feridas dolorosas nos lábios e nos órgãos genitais – estima-se que o vírus esteja presente em 90% da população, embora se manifeste em cerca de 10% dos brasileiros. Pelo menos é o que algumas pesquisas têm demonstrado. Cientistas da Universidade de Kaohsiung, em Taiwan, garantem que a amora alpina, encontrada em solo brasileiro, é capaz de suprimir os sintomas do herpes. “A notícia é bem-vinda, mas ainda faltam estudos conclusivos sobre esse efeito”, ressalta Suzy Yamaguchi.

Esqueleto protegido


Certo é que a amora também é frequentemente apontada como importante fonte de cálcio, nutriente fundamental para a formação da massa óssea – sua falta é a principal causa da osteoporose. E não é à toa. “São cerca de 30 miligramas desse mineral em 100 gramas do fruto”, diz a nutricionista do Hospital Sírio-Libanês. A uva, por exemplo, tem apenas 14 miligramas de cálcio, enquanto a ameixa fica na lanterninha, com apenas 6 miligramas.
Já a vitamina K, outro nutriente da amora, favorece a mineralização e o crescimento dos tecidos ósseos. O fósforo, parceiro do cálcio na manutenção do esqueleto, também tem lugar de destaque nessa frutinha – são cerca de 20 miligramas para 100 gramas do alimento. Sem contar que o mineral ainda melhora a resistência do organismo e manda a fadiga para o espaço.

Eita, preguiça!


Por falar em fadiga, se está faltando pique para enfrentar o dia a dia, aí vai outro motivo para você apostar na amora: ela fornece aproximadamente 10 gramas de carboidrato por porção. A vitamina C, por sua vez, além de espantar os radicais livres, promove a síntese de carnitina, pequena molécula envolvida no transporte de gordura para a célula, que renova as energias. Estudos científicos têm comprovado que o suco da fruta é eficaz na destruição de bactérias que causam infecções ao organismo.

Dicas de consumo


Para aproveitar as vantagens nutricionais da amora, o ideal é consumi-la in natura, para preservar suas fibras, vitaminas e minerais
• Confesse: está pensando em se esbaldar em geleia de amora, certo? Errado. Oitenta por cento das propriedades nutricionais da fruta desaparecem no pote do doce – que ainda vem abarrotado de açúcar.
• Que tal chá de folha de amora? As folhas da fruta, especialmente a miúra (uma variedade da amora branca), vêm lotadas de ácido gálico, amido e cálcio, que fortalecem o sistema imunológico, combatem doenças cardiovasculares, previnem diarreias e disenteria, ajudam a cicatrizar machucados e doenças de pele e aliviam feridas na boca e infecções.

• Memorize: amoras frescas contêm maior quantidade de ácido fenólico (ele aumenta a atividade enzimática, favorecendo a absorção de nutrientes), vitamina C e folato, uma das vitaminas do complexo B que ajuda a mandar o mau humor para bem longe.

• Ideal, dizem os especialistas, é consumir 75 gramas de amora por dia – o equivalente a 15 unidades.

Os tipos mais consumidos


Branca (Morus alba L.): Também conhecida como amora do mato, vem de árvore de folhas fi nas, lisas ou ligeiramente rugosas. As fl ores são pequenas e esbranquiçadas. Os frutos são formados pela união de muitos frutos em um só, pequenos, cilíndricos, brancos ou róseos, doces ou acres.
Preta (Morus nigra L.): Menor e mais rústica do que a branca, tem casca rugosa e escura e folhas ásperas. Os frutos são maiores que os da amoreira branca, têm cor vermelha bem escura e sabor agridoce, muito agradável.
Vermelha (Morus rubra L.): Também é chamada de amora silvestre e amora de barranco, é composta por longos caules curvos, com espinhos curtos, levemente encurvados e aguçados. Os frutos, conhecidos como amora ou morango silvestre, são bolinhas vermelhas e ocas.

Composição nutricional da amora preta crua

Calorias 43 kcal
Proteína 1,39 g
Carboidrato 9,6 g
Fibras 5,3 g
Cálcio 30 g
Magnésio 20 mg
Manganês 0,64 mg
Fósforo 22 mg
Ferro 0,32 mg
Potássio 162 mg
Cobre 0,16 mg
Vitamina C 21 mg
Obs.: valores aproximados referentes a 100 gramas do alimento cru. Fonte: Tabela de Composição Química dos Alimentos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

Chá de Amora Miúra


O Chá de Amora Miúra, possui 22 vezes mais cálcio que o leite, além de conter mais potássio, magnésio, ferro natural, proteína, fibra, zinco e levedura.
O chá de Amora Miúra não é remédio é complemento alimentar.

Conforme estudo elaborado pelo Departamento de Pesquisa de Função dos Alimentos do Instituto de Saúde e Nutrição do Ministério da Saúde do Japão. Sobre a folha da Amora e seus componentes, o Chá de Amora Miúra ajuda no:
1 - COMBATE AO DIABETES - Possui a DNJ, Inibidora da Taxa de Glicose com a liberação Natural de insulina;
2 - Rica em Proteínas e Sais Minerais;
3 - PREVINE A OBESIDADE através da decomposição do açúcar pelo intestino delgado;
4 - Normalizador da elevação da Pressão Arterial;
5 - Melhora nas taxas de Colesterol e de Gorduras Neutras no Sangue;
6 - Melhora do funcionamento do Fígado e dos Rins;
7 - Auxiliar no tratamento de CALVICE
8 - Melhoria da Prisão de Ventre;
9 - Regulador do Intestino;
10 - Efeito Bactericida e Antiinflamatório;
11 - Previne a Osteoporose.

Como fazer o chá de amora miúra

amoramiuraFerver um 1,5 litro de água, colocar um pacotinho de 12g de folha de Amora e deixar até o chá ficar em 1 litro. Côa e pode servir-se Naturalmente, quente ou gelado durante o dia. Para o Tratamento de Diabetes, não deve-se parar de tomar a insulina ou mudar a orientação médica sem sua autorização. - Pessoas com até 70 Kg fazer o chá de amora com 12g de folha ao dia; - Pessoas com mais de 80Kg fazer o chá de amora com 18g de folha ao dia; - Pessoas com mais de 100Kg fazer o chá de amora com 24g de folha/dia. Para Crianças, o ferro e cálcio natural, fortalece a memória, o chá de amora miúra pode ser misturado com suco de uva concentrado ou outro sabor. O resultado só aparece após alguns meses de uso continuo. O Chá de Amora Miúra, possui 22 vezes mais cálcio que o leite de vaca, alem de conter mais potássio, magnésio e ferro natural, proteína, fibra, zinco e levedura.
O chá de Folha de Amora Miúra, não é remédio, é complemento alimentar.
No Japão, a folha de Amora Miúra, é usada como alimento do bicho da seda em seus primeiro dias de vida, ela é usada como se fosse o leite materno nos humanos. Só após a larva do bicho da seda que nasce com 2 mm crescer e chegar ao tamanho de 15 mm é que é fornecido outro alimentado.

PROPRIEDADES NUTRICIONAIS DA AMORA

A amoreira-preta é uma frutífera de grande potencial para as regiões brasileiras com período de inverno marcante e propícia para pequenas propriedades agrícolas. Os frutos podem ser utilizados para consumo in natura e para produção de geleificados e doces caseiros, sendo assim, potencial para as famílias que trabalham com o ecoturismo regional. Além destas características, praticamente não necessita de insumos químicos, sendo ótima opção para o cultivo orgânico, além das propriedades nutricionais e medicinais dos frutos.A amoreira preta é uma frutífera da família "Rosaceae", bastanterústica e de fácil manejo, de grande potencial para as regiões brasileiras com período de inverno marcante e propícia para pequenas propriedades agrícolas.

Os frutos podem ser utilizados para consumo "in natura" e para produção de geléias, sucos, sorvetes, polpas, conservas, fermentos, iogurtes, doces, tortas, bolos, compotas ou transformadas em vinhos, licores e xaropes. As folhas (chá) e brotos são anti - diarréicos poderosos.Além destas características, praticamente não necessita de insumos químicos, sendo ótima opção para o cultivo orgânico, com propriedades nutricionais e medicinais dos frutos.Informações mais recentes de pesquisas, têm demonstrado um maior potencial na utilização da amora preta como um corante artificial. Uma das grandes descobertas é que o uso da amora preta vem se expandindo para fins medicinais, como uma planta anti-cancerígena, pela ação do ácido elágico e também no combate a osteoporose, devido a sua concentração elevada de cálcio (46mg/100g fruto). Outra utilização crescente, é como tônico muscular nas práticas desportivas, pois alto teor de potássio é encontrado no fruto (245mg/100g fruto). O fruto da amoreira é depurativo do sangue, anti-séptico, vermífugo, digestivo, calmante, diurético, laxativo, refrescante, adstringente, etc. Poderosas propriedades anti-oxidantes por sua combinação de vitaminas C com E. A amora preta contém pectina em abundância, uma fibra solúvel que ajuda a reduzir os níveis de colesterol no sangue. E muito recomendável aos que tem o organismo saturado de ácidos, como os que sofrem de reumatismo, gota, artrite, etc. O suco de amora, quente, adoçado com mel, tem bons resultados em casos de afecções da garganta, amidalite, rouquidão, inflamação das cordas vocais, das gengivas, aftas, etc. As flores frescas são diuréticas e muito úteis no tratamento das vias urinarias.

A amora preta se encontra entre os alimentos que ajudam a diminuir o colesterol. De acordo a um estudo publicado pela revista Jornal of Neuroscience, as propriedades nutritivas das amoras pretas conservam o equilíbrio, a memória e a coordenação motora das pessoas de idade avançada.Existe um número elevado de espécies dentro do gênero, perto de 300. Sua origem não é muito definida (provavelmente da Ásia, introduzidas na Europa por volta do século XVII), possuindo características de adaptação climática muito variadas, podendo encontrar cultivaros com exigência de frio (abaixo de 7,2 C) desde 100 horas ate 1000 horas/ano para quebra de dormência. A cultivada pela Fazenda Sta. Terezinha do Rio Bonito, é muito semelhante a variedade Ollalie (USA) esta totalmente adaptada as nossas condições climáticas, após 8 anos de experiências e 3 anos de produção comercial.A amora preta se desenvolve bem em diversos tipos de solos, mas bem drenados, com pH entre 5,5 a 6,5.Pode-se utilizar irrigação, desde que sem exagero. É de porte ereto ou rasteiro, podendo atingir ate 2 metros de altura. As podas são necessárias para limpeza e frutificação. A longevidade é de 15 anos.

2º-TRABALHOS CIENTÍFICOS SOBRE O FRUTO


2.1-A amoreira-preta in natura é altamente nutritiva. Contém 85% de água, 10% de carboidratos, com elevado conteúdo de minerais, vitaminas B, A e cálcio. Pode ser consumida de outras formas como geléias, suco, sorvete e yogurtes (POLING, 1996).

2.2-Uma série de funções e constituintes químicos são relatados na literatura internacional relacionados às qualidades da amora-preta, estando, entre eles, o ácido elágico.

2.3-Segundo WANG et al. (1994), o ácido elágico (C14H6O8) foi encontrado em morango (Fragaria spp), groselha preta (Ribes nigrum), amoreira-preta (Rubus subgênero Eubatus), framboesa (Rubus subgênero Idaeobatus), entre outras espécies.

2.4-O ácido elágico um constituinte fenólico de algumas espécies, é um hidrolito de elagitanina que ocorre naturalmente, especialmente em frutas e nozes [Singleton et al. (1996), Bate-Smith (1961a., 1961b), Daniel et al. (1989), apud WANG et al., 1994)].

2.5-Foi demonstrado que o ácido elágico possui funções anti-mutagênica, anticancerígena e além de ser um potente inibidor da indução química do câncer [Okuda et al.(1985), Maas et al. (1992) citados por WANG et al. (1994); MAAS et al., (1991 a)].

2.6-O ácido elágico e alguns elagitaninos têm mostrado propriedades inibidoras contra replicação do vírus HIV transmissor da Aids [Asanaka et al. (1988), Take et al. (1989), apud MAAS et al., (1991 a)]. Os estudos de Asanaka com ratos sugerem que o elagitanino oenotherin B pode ser usado via oral para inibir o HIV e o vírus da herpes (MAAS et al., 1991b).

2.7-Além disso, são atribuídas às frutas de amoreira-preta outras propriedades, como o controle de hemorragias em animais e seres humanos, controle da pressão arterial e efeito sedativo, complexação com metais, função antioxidante, ação contra crescimento e alimentação de insetos [Girolami et al. (1966), Cliffton (1967), Bhargava et al. (1968) apud MAAS et al., 1991a].

2.8-O ácido elágico é um derivado do ácido gálico, e como fenol, possui algumas propriedades de compostos fenólicos (WANG et al., 1994). Em tecidos de morango, foi associado a substâncias polifenólicas inibidoras da degradação do ácido indolbutírico (AIA) pela peroxidase, em presença de luz. Já na ausência de luz, a presença de monofenóis propicia o aumento da atividade da peroxidase (Runkova et al., 1972 apud MAAS et al., 1991).

2.9-MAAS et al. (1991a), trabalhando com cultivares de morango, não conseguiram correlacionar a quantidade de ácido elágico encontrada em diferentes porções da planta (polpa e folhas), indicando que a seleção de variedades para o ácido elágico pode ser específica para determinado tipo de tecido.

O Sabor e o Aroma da Boa Mesa


A essência da gastronomia está contida em delicadas plantas que também auxiliam na prevenção e tratamento de inúmeras doenças.


Elas podem conter segredos de feiticeiras, ou o diferencial que faz um cozinheiro brilhante e até mesmo a cura para alguns males. As ervas, cobiçadas pelo homem desde os primórdios da civilização são responsáveis por trazer o sabor, o aroma e a possibilidade de conservação de alguns alimentos. A história do Brasil está diretamente ligada à busca das especiarias, afinal o investimento feito pelos portugueses procurando rotas alternativas para as Índias permitiram que navegadores chegassem aqui e tomassem posse destas terras. É impossível imaginar uma cozinha, por mais simples que seja, sem algumas ervas ou raízes in natura ou desidratadas. Elas fazem parte daquele temperinho especial do qual cozinheiros de todos os padrões se orgulham. Alguns alimentos têm seu gosto e aroma diretamente associados a uma erva, como no caso de um dos pratos mais populares da culinária italiana, a pizza que sem orégano ou manjericão perde a personalidade. É também difícil imaginar uma esfiha e outros tantos pratos de origem árabe sem hortelã. Com essas especiarias à mão, adicionadas à criatividade de alguns chefs, nascem maravilhas da gastronomia nas cozinhas do mundo ocidental e oriental. Pode-se dizer que seu uso é universal, com a diferença da predominância de certos tipos de ervas em algumas culturas e regiões. Assim, na grande alquimia culinária, os chefs teriam mais dificuldades em mostrar seus talentos e conquistar paladares requintados sem esses preciosos elementos da natureza.

Propriedades terapêuticas

Nos últimos anos, a ciência vem descobrindo características benéficas em inúmeros alimentos consumidos há milênios pela humanidade, e algumas especiarias também estão passando pelo crivo de cientistas, que encontram nelas propriedades terapêuticas preciosas para a saúde. Parece que as feiticeiras tinham razão em utilizá-las em seus preparados mágicos. Ainda não se comprovou que alfazema atrai o amor, porém já se sabe, por exemplo, que o óleo de orégano é excelente para combater alguns tipos de bactérias que costumam ser muito resistentes aos antibióticos. Os resultados da pesquisa que tem essa espécie como foco foram apresentados em congresso da Sociedade Americana de Nutrição, na Flórida. Nos estudos realizados, 50% de ratos infectados tratados com o óleo extraído do orégano sobreviveram. Algumas ervas bem conhecidas e utilizadas, como o manjericão e o alecrim possuem alta concentração de substâncias antioxidantes, que contribuem para proteger o organismo contra os radicais livres. Esses radicais produzidos em excesso a partir de alimentação inadequada, estresse e outras agressões ao organismo, são responsáveis por doenças cardiovasculares e câncer. Outras espécies têm características que contribuem com algumas funções orgânicas. A salsa bem picadinha numa salada tem propriedades terapêuticas, sendo um eficaz diurético, já a sálvia é um excelente elemento para auxiliar nos tratamentos de úlceras. A tradição é sábia, pois as folhas de louro, indispensáveis no preparo de uma boa feijoada, facilita a digestão de gorduras. O uso das especiarias é importante também em dietas de hipertensos e outras moléstias que regulam o consumo de sal, o sabor produzido por esses temperos tornam a alimentação mais saborosa.

Pimenta também tem função

Pimenta, outra especiaria também indispensável em boas cozinhas – tem suas funções terapêuticas. Pesquisadores da Universidade de Sussex, na Inglaterra, afirmam que várias espécies de pimentas consumidas frescas são eficazes medicamentos contra dor de cabeça e de dente, podendo também serem usadas em tratamento contra o câncer e durante a quimioterapia para facilitar o paciente na deglutição dos alimentos e para aliviar as dores de garganta. Ninan Matheus, da Escola de Medicina da Universidade do Texas, concluiu que o creme de capsaicina, substância contida nas pimentas, é um dos poucos remédios que neutralizam os sintomas da enxaqueca. Elas são também ricas em vitamina A, E e C, ácido fólico e armazenam potássio, que auxilia na prevenção de derrames, são livres de colesterol e também possuem propriedades antioxidantes. Com todos esses benefícios, a escolha de uma pimenta é fundamental para realçar o sabor de certas receitas e vale lembrar que nem todas elas são excessivamente ardidas, possuindo gostos peculiares que trazem toques especiais na preparação de pratos. Cada espécie de pimenta tem seu grau de ardume, que é medido numa escala de um a 10. A Mucupi, encontrada na Amazonia, é uma das mais fortes entre as nativas do Brasil, atingindo o grau nove na escala, ao lado da famosa Habanero, de origem mexicana. A brasileira é muito utilizada em moquecas e peixes com forte sabor, enquanto a mexicana é empregada no preparo de guacomole e carne suína.

A indústria do tempero

O uso de especiarias desidratadas é bastante comum e mais prático na rotina da cozinha. Entre as empresas que se especializaram em disponibilizar esses produtos ao mercado está a Companhia das Ervas, que utiliza métodos próprios de desidratação através de ar quente, contribuindo para a maior preservação dos nutrientes das plantas. A empresa desenvolveu misturas de ervas prontas para o uso em vários tipos de pratos, além de criar geléias exóticas como as de pimenta, gengibre, menta e pimentão, que acompanham bem pratos a base de carnes e peixes. Marcos Cury, um dos proprietários da Companhia da Ervas, entrou para esse mercado, há oito anos, levado por sua paixão pela gastronomia e pelo hobby de colecionar tipos de pimenta. Decidiu dedicar-se ao cultivo e processamento de alguns temperos e conta com ajuda do irmão Marcelo. Atualmente, fornece produtos para o segmento gourmet brasileiro, inclusive, já está exportando para os exigentes mercados da França, Estados Unidos e Japão.

Práticos e populares

O brasileiro já incorporou, há alguns anos, o uso de misturas prontas de tempero. O Alho & Sal, lançado em 1969 pela Arisco, mostrou ao consumidor a praticidade desse tipo de produto. Buscando conquistar uma parcela maior do mercado, recentemente, a Knorr lançou a Refoga Caseira, desenvolvida para substituir o refogado doméstico no preparo de arroz, feijão ou legumes. A empresa procurou copiar da maneira mais fiel possível os ingredientes usados na culinária brasileira na elaboração da Refoga. Outra empresa que vem investindo neste segmento é a Nestlé, através da marca Maggi. O mercado de temperos industrializados é de 47 mil toneladas/ano e vem crescendo em média 5,5%, nos seis últimos anos. O ritmo acelerado da vida moderna tem colaborado muito para a incorporação desses temperos na cozinha dos brasileiros, criando um espaço considerável para as empresas criarem novos produtos.

Impossível viver sem elas

Seja para tornar a vida prática na cozinha, para dar mais requinte e decorar um prato, ou para auxiliar na prevenção de doenças, as ervas e outras especiarias estão conosco há milênios trazendo mais sabor aos alimentos e é seguro dizer que sem elas a vida ficaria bastante sem graça.

Juçara Pivaro



Azeite com tempero

Um jeito gostoso e diferente de usar especiarias é através de alguns azeites aromáticos. Muitos chefs utilizam esse tipo de recurso para obter resultados especiais em suas receitas. O Azeite Borges recorreu ao talento do grande chef Ferran Adrià, estrela da gastronomia espanhola, para elaborar misturas para utilização nos mais variados tipos de pratos. Fazem parte da linha de Azeite Aromáticos Borges os tipos: Baunilha Fresca, com sabor exótico para saladas, massas, ovos, arroz, peixe e verduras; Quatro Pimentas, para peixes, mariscos, crustáceos, verdura e arroz; Pimenta e Cardamomo, para massas, carnes grelhadas e pizza; Pau de Canela para carnes, aves, frutas frescas; Azeitonas Negras, para salada, queijos, verduras, legumes e peixes, entre outros sabores exóticos. Degustar estes produtos, mesmo que in natura, é uma esperiência bastante interessante para qualquer paladar.


Como usar as especiarias

A liberdade de utilização de ervas, raízes e pimentas em pratos é total e a qualquer momento pode surgir uma nova aplicação em alguma receita que delicie os paladares mais exigentes. Porém, algumas combinações já foram largamente testadas e com resultados que agradam à maioria das pessoas. Aqui vão curiosidades e dicas de uso desses temperos.

Açafrão (Brasileiro – Curcuma) – Raiz de planta da família do gengibre, importada da Índia e da Jamaica. É aplicada para coloração de alimentos como arroz e caldos.

Açafrão (Espanhol)– Estigma da flor do croco, são necessárias ¼ milhão de flores para extrair ½ kg do tempero. É usada em pratos de peixe como paella, Zarsuela e Bouillabaisse. Usa-se também em pães, biscoitos e bolos.

Alecrim – Originário da Europa Central, a erva tem sabor acentuado que deve ser usada com discrição em assados, aves, caça e, em especial, no assado de cordeiro.

Aniz Estrelado – Originário da China, é usado em pratos orientais com porco, pato ou galinha e em legumes preparados com molho de soja. Usa-se também uma estrela em bule de chá mate.

Canela – Usada em pedaços para aromatizar calda de doces e, em pó, para polvilhar sobre bananas assadas, tortas e arroz doce.

Cardamomo – Proveniente da costa do Malabar, na Índia, é usada em bolos, bolachas, licores, café e conservas de arenque. Usa-se também em saladas de frutas.

Cravo – É o botão de uma flor colhida antes de abrir. Em flor, é usado em caldas, doces e, em pó, em pão de mel, bolachas e bolos.

Dill - Erva muito usada nas culinárias da Escandinavia, Alemã, da Europa Central e Oriental. Utilizada em batatas e pepino e também em queijos cremosos, frescos e omeletes.

Endro – Originário da Ásia Menor, é utilizado em temperos de peixes, chucrutes, sopas, saladas e patês.

Ervas de Provence - Mistura de alguns tipos de erva, formulada na região de Provence, na França, famosa pelo cultivo de ervas de excelente qualidade e sabor.

Estragão – Originário da Sibéria, erva de nobre aroma, sabor fino e penetrante. Muito usada nos pratos da cozinha francesa, indicado para sopas, assados de forno, peixes e saladas.

Finas Ervas – Combinação de vários tipos de ervas, entre elas o tomilho, o alecrim, o louro, a segurelha e alfazema. Muito usadas em omeletes e suflês.

Gengibre – Raiz de sabor e cheiro fortes, mas agradáveis. Em pó, usa-se em biscoitos, cremes e pudins. Entra também em tempero de carnes, porcos, aves e peixes.

Hortelã - Tem sabor mais suave que a menta, é ótimo para chás, saladas, molhos e principalmente pratos da cozinha do Oriente Médio.

Louro – Oriundo da Ásia Menor, é aromatizante no tempero de carnes, vinhadalhos e marinadas. Indicado para aliviar o sabor e odor das carnes fortes com dobradinha, mocotó e rabada.

Manjericão – Denominada erva dos reis, na Grécia Antiga. Seu sabor combina bem com tomate, em salada ou em molho. É o principal componente do “molho pesto”.

Manjerona – Da mesma família do orégano, com sabor e aroma requintado, é indicado para colocar no final de cozimento de carnes e molhos.

Mostarda – Originária da Ásia, em grãos, é muito usada para aromatizar conservas e chutneys. Os grãos ficam excelentes em saladas de folhas e legumes. Em pó, utiliza-se em molhos e temperos de carnes bovinas.

Nóz-Moscada – Originária do Oriente é usada em vários tipos de molhos e para tempero de frangos, peixes e carnes. Indispensável no molho bechamel.

Orégano – Muito cultivada na Turquia e Chile, é uma das mais aromáticas e bastante conhecida na cozinha brasileira. Aplicada em molhos de tomate, pizzas, saladas e para temperar aperitivos.

Páprica – Pó vermelho obtido a partir da desidratação e moagem de um tipo especial de pimentão originário da Espanha e Hungria. Existem duas espécies, doce e picante. Entra como tempero no molho de carnes bovinas, suínas e em preparo do tradicional Goulash. Utilizada também para dar sabor a molhos à base de maionese.

Pimenta Calabreza – É obtida a partir da desidratação e flocagem da pimenta vermelha. Muito usada na culinária brasileira para deixar bem picantes as chamadas “comidas de botequim”. Utilizada na elaboração de lingüiças e outros embutidos.

Pimenta Cayena – É uma variedade da Malagueta. Além de saborosa, é uma pimenta que concentra a maior quantidade de vitaminas. Em pó, é usada em pratos que pedem um sabor picante.

Pimenta Chili – Cultivada pela primeira vez no México, é uma das 150 variedades da malagueta. Usa-se seca, substituindo a pimenta vermelha fresca, mas com parcimônia, pois seu ardume é intenso, porém saboroso.

Pimenta Jamaica – É a baga de uma árvore graciosa e aromática, as melhores bagas vêm da Jamaica, responsável pelo abastecimento mundial. Usa-se, preferencialmente moída na hora. Aplica-se bem em conservas, marinadas para frutos do mar, carnes de caça e charcutaria, doces, tortas e pudins.

Pimenta do Reino – É a baga de uma trepadeira, cultivada nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. É considerada a rainha das especiarias. Pode ser usada inteira ou moída na hora. É encontrada nas variedades branca, preta ou verde. Fresca, é encontrada em salmoura e deve ser usada em molhos, patês e manteigas aromatizadas. É indicada na preparação do steak au poivre.

Pimenta Síria – Usada para condimentar pratos da culinária árabe, como carne de esfiha, quibe e as carnes para recheio de charuto, legumes recheados e outros pratos.

Raiz Forte – Wasabi, como é conhecida pelos jamoneses, que é o povo que mais a utiliza. A raiz tem um sabor bem penetrante e de aroma bastante picante. Usada no Sushi e no Sashimi. Para se obter a pasta é necessário misturar quantidades iguais de pó e água tépida, mexendo bem. Depois deixar essa massa descansar por trinta minutos na geladeira para desenvolver o sabor.

Salsa – Tradicional da cozinha internacional, é utilizada em molhos, omeletes, suflês ou mesmo para ornamentar pratos.

Sálvia – Muito comum na cozinha européia, é aromática e de sabor levemente azedo. Ótima para carne de carneiro, cabrito e aves. Usada também em alguns queijos e molhos.

Segurelha – Lembra a combinação do sabor de orégano com menta. Boa para tempero de carnes e sobre vegetais crus e cozidos.

Semente de Papoula – Tem sabor agradável e crocante, é muito usada em pães, biscoitos e salgadinhos.

Tomilho - Lembra o sabor e o aroma do orégano, porém é mais leve na digestão. É usado em sopas, aves e pratos à base de tomate.

Referência:

Os "druidas" na cozinha -Companhia da Ervas


http://www.nutrinews.com.br/edicoes/Mat01Ed186Ervas.html

Reflexão

Estou aprendendo que a maioria das pessoas não gostam de ver um sorriso nos lábios do próximo.Não suportam saber que outros são felizes... E eles não! (Mary Cely)