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quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Agnosticismo







O termo "agnóstico" foi cunhado por Thomas Huxley em 1869.


"Quando atingi a maturidade intelectual", diz Huxley, "e comecei a perguntar a mim mesmo se era um ateu, um teísta ou um panteísta... Descobri que quanto mais aprendia e refletia, menos pronto estava para responder". De acordo com Huxley, os expoentes destas doutrinas, apesar de suas óbvias diferentes, partilham uma assunção comum, uma assunção com a qual ele discorda:

Eles estavam bastante certos de que haviam alcançado uma certa "gnose" - de que tinham, de modo mais ou menos bem-sucedido, solucionado o problema da existência; enquanto eu tinha bastante certeza de que não tinha, e possuía uma convicção bastante forte de que o problema era insolúvel.
Quando Huxley ingressou na Sociedade Metafísica, descobriu que as várias crenças lá representadas tinham nomes: "a maioria de meus colegas eram istas de algum tipo ou outro". Huxley, sem um nome para sua incerteza, estava "sem um trapo de rótulo para cobrir-se". Ele era uma raposa sem uma cauda - então deu a si próprio uma cauda atribuindo-se o termo "agnóstico".  Parece que Huxley originalmente usou este termo de uma forma relativamente jocosa. Ele selecionou a seita religiosa primitiva conhecida como "Gnósticos" como um exemplo primo de homens que alegavam conhecimento do sobrenatural sem justificativas; e distinguiu-se como um "a-gnóstico" estipulando que o sobrenatural, mesmo se existir, jaz muito além do escopo do conhecimento humano. Não podemos dizer se existe ou não, então devemos suspender nosso julgamento.

Desde o tempo de Huxley, "agnosticismo" adquiriu um número de diferentes aplicações baseadas em sua derivação etimológica da negativa "a" e do radical grego gnosis ("saber"). Agnosticismo, como um termo genérico, atualmente significa a impossibilidade de conhecimento numa dada área. Um agnóstico é uma pessoa que acredita que algo é inerentemente incognoscível à mente humana. Quando aplicado à esfera da crença teística, um agnóstico é aquele que defende que algum aspecto do sobrenatural apresenta-se eternamente fechado ao conhecimento humano.
Apropriadamente considerado, o agnosticismo não é uma terceira alternativa ao teísmo e ateísmo porque concerne a um diferente aspecto da crença religiosa. Teísmo e ateísmo referem-se à presença ou ausência de crença num Deus; agnosticismo refere-se à impossibilidade de conhecimento em relação a um Deus ou ser sobrenatural.

O termo "agnóstico", em si mesmo, não indica se alguém acredita ou não num Deus. O agnosticismo pode ter tanto teístico quanto ateístico.

O agnóstico teísta acredita na existência de Deus, mas defende que a natureza de Deus é incognoscível. O filósofo medieval judeu, Maimonides, é um exemplo desta posição. Ele acreditava em Deus, mas recusava-se a atribuir características positivas a este Deus alegando que tais características introduziriam a pluralidade na natureza divina - um procedimento que iria, segundo acreditava Maimonides, conduzir ao politeísmo. De acordo com o religioso agnóstico, podemos dizer que Deus é, entretanto - devido à incognoscibilidade da natureza sobrenatural - não podemos dizer o que Deus é.

Assim como seu primo teístico, o agnóstico ateu defende que qualquer reino sobrenatural é inerentemente incognoscível à mente humana, mas este agnóstico suspense seu julgamento um passo antes. Para o agnóstico ateu, não apenas a natureza de qualquer ser sobrenatural é incognoscível, mas também a existência de qualquer ser sobrenatural. Não podemos ter o conhecimento do incognoscível; portanto, conclui este agnóstico, não podemos ter conhecimento da existência de Deus. Devido a esta variedade de agnóstico não se submeter à crença teística, ele qualifica-se como um tipo de ateu.

Várias defesas foram oferecidas para esta posição, mas geralmente originando-se de um empirismo estrito; por exemplo, a doutrina de que o homem deve ganhar todo seu conhecimento inteiramente através de seus sentidos. Já que um ser sobrenatural jaz muito além do escopo da evidência sensorial, não podemos afirmar nem negar a existência de um Deus; fazer qualquer um dos dois, de acordo com o agnóstico ateu, equivale a transgredir os limites do entendimento humano. Enquanto este agnóstico afirma a possibilidade teórica de uma existência sobrenatural, ele acredita que a questão deve permanecer, em última análise, incerta e indecisa. Deste modo, para o agnóstico ateu, a resposta apropriada à questão "Existe um Deus?" é "Eu não sei" - ou, mais especificamente, "Eu não posso saber".

Se esta descrição representa a exata posição de Thomas Huxley - isto é algo que não está inteiramente claro. Às vezes, como vimos, ele parece indicar que a existência do sobrenatural, apesar de possível, é incognoscível. Noutro lugar, entretanto, ele escreve que "não se importa muito em considerar qualquer coisa como 'incognoscível'". E, sumarizando os fundamentos do agnosticismo, Huxley não se refere a qualquer coisa como incognoscível ou "insolúvel".

...é errado para um homem dizer que ele está certo da verdade objetiva de qualquer proposição a não ser que possa produzir uma evidência que justifique logicamente sua certeza. É isso que o agnosticismo afirma; e, em minha opinião, essa é toda a essência do agnosticismo... a aplicação do princípio resulta na negação, ou suspensão do julgamento, de um número de proposições em relação às quais nossos "gnósticos" eclesiásticos contemporâneos professam certeza total.
Esta passagem sugere que, na opinião de Huxley, não há evidência suficiente para justificar a crença num Deus, então dever-se-ia suspender o julgamento sobre o assunto. Discutindo se a existência de deus é incognoscível a princípio ou apenas atualmente desconhecida, ele escreve:

Do que eu tenho certa é que há muitos tópicos sobre os quais não sei coisa alguma; e que, tanto quanto posso perceber, estão fora do alcance de minhas faculdades. Mas, se essas coisas são cognoscíveis a qualquer outra pessoa, este é exatamente um daqueles assuntos que estão além de meu conhecimento, apesar de que eu possa ter uma opinião razoavelmente forte em relação às probabilidades do caso.
Huxley é relutante em defender a absoluta incognoscibilidade do sobrenatural, e deseja sustentar, em vez disso, que, tanto quanto ele sabe, o conhecimento do sobrenatural jaz além do poder das faculdades humanas. Não seria forçado demais dizer que, na visão de Huxley, a cognoscibilidade do sobrenatural é em si uma questão incognoscível.

Devido à ambigüidade da posição agnóstica tradicional, o termo "agnóstico" tem sido empregado numa variedade de modos. É comumente usada para designar alguém que se recusa a afirmar ou negar a existência de um Deus, e devido ao ateísmo estar freqüentemente associado à categórica negação do teísmo, o agnosticismo é oferecido como uma terceira alternativa.

Aqui está uma típica explicação, encontrada na Enciclopédia Católica:

Um agnóstico não é um ateu. Um ateu nega existência de Deus; um agnóstico professa a ignorância sobre Sua existência. Para este último, Deus pode existir, mas a razão não pode comprová-lo nem contestá-lo.
Perceba que o agnosticismo emerge como uma terceira alternativa apenas se o ateísmo for estreitamente definido como a negação do teísmo. Nós vimos, entretanto, que o ateísmo, em seu sentido mais amplo, refere-se basicamente à ausência de crença em Deus, não necessariamente à negação de Deus. Qualquer pessoa que não acredita em Deus, por qualquer motivo, carece de crença teística e, portanto, qualifica-se como uma ateísta.

Enquanto o agnóstico da variedade Huxley pode se negar a afirmar se o teísmo é verdadeiro ou falso - "suspendendo", assim, seu julgamento -, ele não acredita na existência de um Deus (se acreditasse, seria um teísta). Já que este agnóstico não aceita a existência de um Deus como verdadeira, ele está ausente de crença teística, ele é ateístico - e o agnosticismo de Huxley emerge como uma forma de ateísmo.

Assim, como previamente indicado, agnosticismo não é uma posição independente ou um meio-termo entre teísmo e ateísmo, pois classifica de acordo com um critério diferente. Teísmo e ateísmo separam aqueles que acreditam num Deus daqueles que não acreditam. O agnosticismo separa aqueles que acreditam que a razão não pode penetrar o reino do sobrenatural daqueles que defendem a capacidade da razão de afirmar ou negar a veracidade da crença teística.

O agnóstico teísta encontra oposição não apenas dos ateus, mas também dos outros teístas que crêem que a natureza de Deus pode ser conhecida (pelo menos até certo grau) pela mente humana. Igualmente, o agnóstico ateu encontra oposição dos outros ateus, que se recusam a aceitar a possibilidade teórica da existência sobrenatural, ou que argumentam que a razão pode eficientemente demonstrar a falsidade ou a incoerência do teísmo.

As posições agnósticas foram duramente criticadas pelos crentes e descrentes; iremos examinar as objeções ao agnosticismo posteriormente.

Nosso objetivo aqui é elucidar a relação do agnosticismo com o teísmo e o ateísmo para que se possa evitar mal-entendidos futuros. O agnosticismo é comumente usado como um refúgio àqueles que desejam escapar do estigma do ateísmo, e sua vagueza ganhou um status de uma forma intelectualmente respeitável de dissidência religiosa. Em muitos casos, entretanto, o termo "agnóstico" é mal utilizado.

O agnosticismo é uma posição filosófica legítima (apesar de que, em minha opinião, está equivocada), mas não é uma terceira alternativa ou um meio-termo entre teísmo e ateísmo. Em vez disso, é uma variante ou do teísmo ou do ateísmo. O autoproclamado agnóstico ainda precisa especificar se acredita ou não num Deus - e, ao fazê-lo, compromete-se com o teísmo ou compromete-se com o ateísmo. Mas compromete-se a si próprio. O agnosticismo não é a escapatória que comumente se pensa ser.

http://www.castro.to/magovlad/artigos/art_agnosticismo.html

Reflexão

Estou aprendendo que a maioria das pessoas não gostam de ver um sorriso nos lábios do próximo.Não suportam saber que outros são felizes... E eles não! (Mary Cely)