Bento de Espinoza (também Benedito Espinoza; em hebraico: Baruch Spinoza)
Foi um dos grandes racionalistas do século XVII
dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried
Leibniz. Nasceu em Amsterdã, nos Países Baixos, no seio de uma família judaica
portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.
A sua família fugiu da Inquisição de Portugal.
Foi um profundo estudioso da Bíblia, do Talmude e de obras de judeus como
Maimónides, Ben Gherson, Ibn Ezra, Hasdai Crescas, Ibn Gabirol, Moisés de
Córdoba e outros. Também se dedicou ao estudo de Sócrates, Platão, Aristóteles,
Demócrito, Epicuro, Lucrécio e também de Giordano Bruno;
Ganhou fama pelas suas posições de panteísmo
(Deus, natureza naturante) e do monismo neutro, e ainda devido ao fato da sua
ética ter sido escrita sob a forma de postulado e definições, como se fosse um
tratado de geometria.
No verão de 1656, a Sinagoga Portuguesa de
Amsterdão o puniu com o Chérem, equivalente à Excomunhão, pelos seus postulados
a respeito de Deus em sua obra, defendendo que Deus é o mecanismo imanente da
natureza e do universo, e a Bíblia, uma obra metafórico-alegórica que não pede
leitura racional e que não exprime a verdade sobre Deus.
Conforme Will Durant, seu Chérem pelos judeus
de Amsterdã, tal como ocorrera com as atitudes que levaram à retração e
posterior suicídio de Uriel da Costa em 1647, fora como que um gesto de
"gratidão" por parte dos judeus com o povo holandês.
Embora os pensamentos de Spinoza e da Costa não
fossem totalmente estranhos ao judaísmo, vinham contra os pilares da crença
cristã. Os judeus, perseguidos por toda Europa na época, especialmente pelos
governos ibéricos e luteranos alemães, haviam recebido abrigo, proteção e
tolerância dos protestantes de inspiração calvinista dos Países Baixos e, assim,
não poderiam permitir no seio de sua comunidade um pensador tido como
herege.
Pós Chérem
Após o Chérem adotou o primeiro nome Benedictus ("Bendito", a tradução do seu nome original - Baruch - para o latim).
Para sua subsistência trabalhava com polimento
de lentes, durante os períodos em que viveu em casas de famílias em Outerdek
(próximo a Amsterdã) e em Rhynsburg, tendo recusado várias oportunidades e
recompensas durante sua vida, incluindo prestigiosas posições de ensino. Nesta
última localidade escreveu suas principais obras.
Uma vez que as reações públicas ao seu Tratado
Teológico-Político não lhe eram favoráveis, absteve-se de publicar seus
trabalhos. A Ética foi publicada após sua morte, na Opera Postuma editada por
seus amigos.
Morte
Morreu num domingo, 21 de fevereiro de 1677, aos quarenta e quatro anos, vitimado pela tuberculose. Morava então com a família Van den Spyck, em Haia. A família havia ido à igreja e o deixara com o amigo Dr. Meyer. Ao voltarem, encontraram-no morto.
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